sábado, 21 de maio de 2011

Manifestantes defendem educação especial para SURDOS.


Representantes de associação se reuniram com o ministro da Educação.
Eles querem escola que use linguagem de sinais como principal 'idioma'.

Tiago Falqueiro Do G1, em Brasília
Um grupo de aproximadamente 500 manifestantes protestou em frente ao Ministério da Educação nesta quinta-feira (19) contra a intenção do governo federal de fechar as escolas especiais e incluir os portadores de necessidades especiais, como cegos e surdos, em escolas regulares. Uma comissão formada por dirigentes de associações de deficientes visuais e auditivos foi recebida pelo ministro Fernando Haddad.
Os manifestantes querem a incorporação dos programas de educação inclusiva à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). Em nota, o MEC disse que "o ministro da Educação, Fernando Haddad não pretende encerrar as atividades de nenhuma instituição ou escola destinada a estudantes com deficiência". Ainda segundo a nota, "o ministro ressaltou que o Brasil é signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU, 2006) e deve ofertar o direito a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis. O acordo estabelece o compromisso dos Estados Partes com a adoção de medidas de apoio necessárias no âmbito da educação regular".
Manifestação em Brasília por educação para portadores de deficiência auditiva (Foto: Wilson Dias/ABr)Manifestação em Brasília por educação para portadores de deficiência auditiva (Foto: Wilson Dias/ABr)

SURDOS defendem a criação de escolas bilíngues.


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Escrito por Ayra Carvalho   
Sex, 20 de Maio de 2011 09:31

Nesta quinta-feira (19), um grupo de deficientes auditivos fizeram uma marcha na Esplanada dos Ministérios na qual terminou com uma manifestação em frente ao Congresso Nacional. O intuito da marcha era defender a implantação de escolas bilíngües específicas para surdos, nas quais a Língua Brasileira de Sinais (Libras) continua sendo a principal língua utilizada.
Na audiência promovida pela Subcomissão Permanente de Assuntos Sociais das Pessoas com Deficiência, o senador Lindbergh Farias, falou sobre um dos principais protestos dos deficientes auditivos: as políticas públicas destinadas a esse segmento da população têm ignorado a opinião dos mesmos, inclusive de suas associações.
Uma das instituições que defendem esse tipo de escola é a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (Feneis). Patrícia Rezende, diretora de políticas educacionais da Feneis, que também é deficiente auditiva, coloca que essas escolas são fundamentais para a inclusão social dos surdos.
O professor Emiliano Aquino, que tem um filho com essa deficiência, concordou com Patrícia Rezende: "só há uma forma de permitir a inclusão educacional dessas pessoas: com a Libras".
Porém, o deputado federal Eduardo Barbosa argumentou que existe uma dificuldade do ministro Haddad em entender a necessidade dessas escolas especiais. De acordo com o deputado - que é presidente da Federação Nacional das Apaes - existe uma dificuldade de comunicação entre as ONGs relacionadas aos deficientes e o Ministério da Educação. Ele contou que, em resposta a essa crítica, Haddad decidiu que as ONGs poderão apresentar suas demandas diretamente ao seu chefe de gabinete, e não mais à Secretaria de Educação Especial dessa pasta.
Durante a audiência os participantes aproveitaram para criticar também a possibilidade de fechamento das escolas do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) e do Instituto Benjamin Constant, destinado a alunos cegos, ambas vinculadas ao governo e localizadas na cidade do Rio de Janeiro. Fernando Haddad garantiu, que as escolas não serão fechadas.